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O que a disputa pela herança de Gugu Liberato pode nos trazer de lição?


Depois do Brasil se comover com a triste notícia da partida inesperada e precoce de Gugu Liberato, o que se viu foi o estabelecimento de uma disputa judicial pela herança deixada pelo apresentador, que acabou resultando na exposição de sua vida íntima, de seus entes queridos, na ruptura de relações familiares e em um verdadeiro “espetáculo”, conforme os próprios filhos de Gugu classificaram a situação em um comunicado divulgado à imprensa nos últimos dias.


A realidade é que, infelizmente, esse tipo de ocorrência não acontece apenas com famílias que possuem grandes fortunas ou visibilidade. Na prática, é muito mais comum encontrarmos casos que têm semelhança com a disputa da herança de Gugu Liberato, não pelo valor envolvido, mas pelo estrago que esse tipo de situação costuma causar.


A razão disso acontecer é porque, geralmente, os herdeiros se dividem e assumem posições opostas e conflitantes. Como no caso do Gugu, de um lado a família entende que não havia qualquer relacionamento e que, por conta disso, a mãe de seus filhos não tem direito de receber absolutamente nada ou mesmo de contestar o que foi estabelecido no testamento. De outro ponto de vista, a mulher entende que foi sim sua companheira de vida, que abriu mão de sua própria história para poder conduzir e ser a estrutura da família que eles estabeleceram.


E isso é o que vemos na vida real e comum. Alguns herdeiros contestando a forma como foi feita a divisão de bens e poder, enquanto outros lutam para que a situação estabelecida se mantenha como se encontra. E nessa seara, o abalo emocional e psicológico costuma ser tão grande, que as picuinhas e o apego aos bens materiais impedem que o impacto que a discórdia gera para os envolvidos e até para quem já se foi seja avaliado e considerado.

Não se tem a pretensão, neste momento, de discutir se a relação estabelecida entre o apresentador e a mãe de seus filhos configurava ou não união estável. O intuito é demonstrar que mesmo com toda a situação aparentemente estabelecida e acordada de maneira pacífica e amigável por um longo período, não há garantias de que no futuro isso seja mantido. Da mesma forma, não há como se criar expectativas sobre o recebimento de eventual herança, já que nunca se sabe qual será a terminação final de quem tem o poder de decisão sobre o patrimônio.


Assim, caso você, que está lendo este artigo, tenha a esperança de que lhe seja destinada alguma herança ou mesmo caso entenda que na sua família o poder e/ou o patrimônio correm o risco de serem designados a uma pessoa específica, que em tese ficaria responsável por efetivar a partilha ou manter a situação financeira atual dos demais herdeiros, através de pagamentos de mesadas ou altos salários para os parentes, fique atento!

O intuito desse alerta não é para causar desconfiança ou qualquer outro tipo de intriga. Pelo contrário, a ideia é que a família tome uma atitude e não deixe que um herdeiro fique responsável por tomar medidas ou disponibilizar o que quer que seja aos outros, ou mesmo para que ninguém seja surpreendido com a notícia de que ficou absolutamente desamparado. Só assim, a família terá condições de se manter unida, com uma convivência saudável e amistosa no futuro. Isso porque, quanto antes esses assuntos forem debatidos e definidos, maiores as chances de se ter respeito, companheirismo, solidariedade, empatia e amizade entre os familiares.


A elaboração de um testamento está longe de ser a melhor e única alternativa em casos como esse. De fato, a estruturação de um planejamento sucessório e patrimonial completo, com o devido estabelecimento dos papeis, responsabilidades e forma de remuneração dos herdeiros, bem como com a implantação de um conselho familiar, da estruturação de um pacto familiar, dentre outras medidas cabíveis são muito mais importantes para o futuro das próximas gerações do que se pode calcular, além de ser crucial também para a memória e respeito à história de quem se foi.


Tomar medidas preventivas não garante que não haverá disputas no futuro, mas a adoção de providências concretas e efetivas é capaz de trazer maior proteção e resguardar todos os envolvidos.

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